A temática da renovação do currículo, o currículo como construção cultural, que contemple a diversidade, está em pauta há muito tempo na sociedade moderna, principalmente em países como o Brasil, com altos índices de pobreza e analfabetismo.
Discutir concepções de Currículo hoje em nossas escolas, no grupo de docentes mais especificamente, seria como “detonar” a prática educativa de muitos colegas. Poucos concordariam de imediato..
Pareço estar vendo e ouvindo: “é por isso que não sabem nada!”, “como irão fazer um vestibular e concursos públicos?”, “o ensino de antigamente era melhor!”.
Repensar currículo não é atividade para uma ou duas reuniões. A questão histórica deve sem dúvida ser pesquisada e socializada. É a partir dela que nos situaremos e então, avaliaremos nossa prática. Precisamos estar predispostos a isso. Nessa perspectiva, é necessário nos reportar, inicialmente, a Proposta Pedagógica de nossa Escola e a que tipo de crianças e adolescentes atendemos: seus hábitos, costumes, experiências e sua cultura em geral, constatar qual é a eficiência real das nossas práticas e avaliar as ferramentas que utilizamos..p
Nesse instante, a incerteza será nossa companheira!
Ela é ideal para nossa desconstrução, pois se relaciona profundamente na prática educativa necessária às novas linguagens, às novas vivências dos educandos. Nas mesmas escolas, nas mesmas condições, com a mesma formação e os mesmos salários, uns professores são bem aceitos, conseguem atrair os alunos e realizar um bom trabalho profissional e outros, não?
Depende muito da personalidade, competência, facilidade de aproximar e gerenciar pessoas e situações. O que determina o sucesso profissional maior ou menor do educador é a capacidade de relacionar-se, de comunicar-se, de motivar o aluno de forma constante e competente. Os alunos têm necessidades de aprendizagens novas, que valorizem o que já conhecem: sua cultura, seus saberes, suas relações sociais e sues interesses. É importante estarmos ligados a essas expectativas, enquanto educadores. Necessitamos criar uma nova sensibilidade, desenvolver novas ferramentas para atender (e entender) o que temos e repensar as relações em sala de aula, levando em consideração as diferenças culturais. Os professores de sucesso não se preparam para o fracasso, mas para o sucesso nas suas aulas. Mantém um bom relacionamento com os alunos, se predispõem a gostar deles antes de começar a aula. Essa atitude positiva é captada consciente e inconscientemente pelos alunos que reagem da mesma forma, dando-lhes crédito, confiança, expectativas otimista e, ao conceber a idéia de currículo, dentro de uma abordagem emancipatória, definimos nosso papel como Educador, determinaremos que conhecimentos serão válidos, que saberes serão incluídos e que identidades construiremos. É um trabalho enorme de significação e de criticidade, pois a educação é o nosso trabalho e de nossa responsabilidade.
O sucesso pedagógico depende também da capacidade de expressar competência intelectual, de mostrar que conhecemos de forma pessoal determinadas áreas do saber, que as relacionamos com os interesses dos alunos, que podemos aproximar a teoria da prática e a vivência da reflexão teórica.
A coerência entre o que o professor fala e o que faz, na vida é um fator importante para o sucesso pedagógico. Um professor que fala bem, que conta histórias interessantes, que tem feeling para sentir o estado de ânimo da classe, que se adapta às circunstâncias, que sabe jogar com as metáforas, o humor, que usa as tecnologias adequadamente, sem dúvida consegue bons resultados com os alunos. Os alunos gostam de um professor que os surpreenda, que traga novidades, que varie suas técnicas e métodos de organizar o processo de ensino-aprendizagem. Sentem-se atraído por ele.
O professor fará um grande trabalho quando se mostrar como alguém que está atento a evoluir, a aprender, a ensinar e a aprender.
Nessa tarefa de abrir o campo do social e do político, de disseminar o processo de significação e de produção de sentidos, queremos ampliar o espaço realmente público e transmitir mudanças na forma de ver, sentir, conhecer, representar, aprender e amar. São essas mudanças que queremos perceber em nossos educandos, para poder assim imaginar: este é o caminho! (E não somente um fim.)
Linux Educacional
Há 15 anos
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